AFINAL, QUEM OLHA E QUEM É OLHADO? Inquietações nômades paulistanas – parte II

on sábado, 27 de agosto de 2011
Continuando as inquietações da nossa debutante, coloco como provocação, principalmente pra ela, o outro lado dessa história. Como nós, o público que busca a experiência, nos posicionamos diante de um bate- papo em dança.
A participação do espectador desejada, repelida, solicitada, estimulada, exigida, é tônica que  contrasta lugares do corpo enquanto sujeito e objeto de outros corpos. Quando sentamos num bate-papo procuramos possibilitar a inversão de lugares de quem experimenta a dança já que o público e o artista elaboram juntos e em tempo real a obra. Qualquer pessoa, mesmo que não disponha de conhecimentos aprofundados de linguagem artística, pode contribuir criando, alterando ou ampliando as informações. As transformações resultantes das relações obra-espectador operam com a finalidade de dar ao espectador e ao artista um lugar de troca que permite a reflexão à cerca do fazer artístico contemporâneo e suas novas formulações enquanto coexistência com as informações. O espectador experimenta um processo dinâmico, transita entre outros olhares e julgamentos, (re)organiza a dança de acordo com seu ponto de vista, respondendo as suas vontades e necessidades.
Sabe-se que uma obra é resultado de co-responsabilidades e de co-participações, então, por que num momento de discussão, nós, o púbico, nos escondemos e fugimos da responsabilidade de compartilhar a experiência vivida? Será que os formatos atuais de bate-papo nos dão abertura para um posicionamento confortável? Ou vamos sempre querer lugares que nos favoreçam ao invés de enfrentar as zonas de desconforto que essas conversas podem oferecer?

Fica a interrogação.
Mabile :)))

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